segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Então e o castigo?

Pois...ehrrr..... não houve castigo.

Para além de me ter decidido a ficar calma, não gritar, respirar, etc, etc, outra das resoluções que tinha tomado era que antes de concluir sobre qual o castigo que iria aplicar ao R, decorrente da falta disciplinar na escola, iria falar com a minha irmã e conversar sobre o assunto.

Um "à parte": Numa família dita normal, em geral o pai e a mãe conversam sobre os filhos e ouvem a opinião um do outro, pelo que julgo será mais fácil esta "gestão de castigos", até porque pode haver um que é mais permissivo e outro menos flexível e no meio de duas opiniões mais extremadas gerar-se-á certamente uma atitude mais equilibrada. Comigo, contudo, não pode funcionar assim. O pai do R vive muito longe e apesar de termos uma relação bastante cordial, ele acha-se dono e senhor da razão, tem sempre umas teorias muito pouco práticas e ajustadas à realidade - nem podia ser diferente, pois à distância é muito fácil "mandar uns bitaites" - e, portanto, quando lhe peço uma opinião sobre algum assunto acabo invariavelmente com vontade de me dar estalos e "tu-és-parva-ó-quê-sabes-perfeitamente- que-ele-não-tem-ideia-do-que-é-o-dia-a-dia-de-um-adolescente-prá-próxima-vê-se-ficas-quieta-no-teu-canto-e-decides-o-que-achares-melhor". Assim sendo, recorro à minha irmã, que tem filhos, mas na fase fácil - ou seja, muitooooo antes da adolescência - e sempre ouço uma opinião diferente da minha. E tenho a certeza que a dela vai ser diferente da minha, porque temos formas diferentes de pensar relativamente a imensas coisas em geral e quanto a temas de crianças, em particular.

Mas adiante....

Depois de falar com a minha irmã, acabei por decidir não aplicar castigo nenhum. Primeiro, tentei perceber o que se passou naquela aula em particular e, segundo, o que se passa para uma agitação tão grande em todas as aulas.

Quanto ao que se passou naquela aula em particular, enfim, nada de especial e, a meu ver, nada que justifique uma "falta disciplinar". Pelos vistos aquela aula já estava a ser atribulada e agitada e o comentário do R quanto aos ténis do outro foi a gota de água que fez transbordar o copo. Claro que foi inapropriado o comentário, claro!, mas a medida de coacção parece-me um pouco exagerada, aqui só para mim que ninguém me ouve lê.

Quanto ao que se passa para uma agitação tão grande em todas as aulas, enfim, uma palavra: ADOLESCÊNCIA.
  

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Entretanto, na escola...

...os ataques de AA também se manifestam em todo o seu esplendor.

Hoje recebo um telefonema da directora de turma a comunicar que o R tinha tido uma falta disciplinar ontem e que hoje iria almoçar na escola com ela. Parece que, em plena aula, quando um colega estava no quadro, ele resolveu elogiar os ténis dele, para toda a classe ouvir.

Eu juro, juroooooo, que ele não é (ou não era?) mal educado. A sério.

A professora aproveitou para me dizer que ele não pára quieto e que não há uma aula em que não tenha de lhe chamar a atenção ou porque está virado para trás, ou porque tem a perna assim, ou porque qualquer-coisa-que-não-o-deixa-estar-quieto.

Prof - Não sei se ele foi sempre assim...
Eu - Ele sempre foi um miúdo mexido e irrequieto, mas "assim" não costumava ser...
Prof - Deve ser da idade, a adolescência...
Eu - Pois... deve ser...

E agora, que explodi para dentro (estava na manicure quando recebi o telefonema!) e tive 2 horas para pensar no assunto antes de o ir buscar à escola, já arrefeci e já decidi que não vou gritar, nem berrar, nem levantar a voz. Vou tão simplesmente aplicar o castigo que a situação merece. Mas eu tenho tão pouca fé nos castigos.... funcionam?

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Afinal não...

No post anterior tinha dito que ia procurar as coisas melhores dele mas... voltámos a discutir no caminho da escola para casa. :(

É que não me aguentooooo.................. estará ele sempre a desafiar-me ou sou eu que levo tudo muito a peito?

Fomos o resto do caminho em silêncio os dois. Chegámos a casa e dei-lhe um abraço e disse-lhe que não queria estar sempre a discutir com ele. Voltou a dizer-me que eu estava sempre à procura de coisas para lhe chamar a atenção. Combinámos ter mais calma, os dois. Vamos ver.

Castigos vs repressão a mais

Uma das minhas dificuldades nisto de lidar com a adolescência é saber onde fica a fronteira entre aplicar um castigo porque ele fez algo que considero grave e a atitude demasiado repressiva, de lhe retirar tudo o que ele gosta. Pois se as "asneiras" se multiplicam, como fazer?

  • Notas mais baixas do que o normal para ele. Check
  • Faltas de TPC. Check.
  • Não telefonar ao pai com regularidade, mesmo que eu lhe diga para o fazer. Check.
  • Andar sempre a verificar o telemóvel, mesmo à hora da refeição, sob os meus protestos. Check.
  • Respostas tortas / mal-educadas. Check, check, check!
Fico cansada de estar sempre a "ralhar". E ele acusa o toque. E diz-me que estou sempre a procurar alguma coisa para lhe chamar a atenção. Será verdade? Será que me estou a concentrar apenas no que ele está a fazer mal?

Depois de hoje, desta reflexão, vou estar mais atenta e tentar focar-me nas coisas que ele faz bem. Estes desabafos aqui têm que servir para alguma coisa! Ahhhhhh, a adolescência......

E depois também há estas manhãs

Acorda bem disposto. Vem logo dar-me um beijo de bom dia. Muito conversador no carro, a caminho da escola. E é bom.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Das nossas manhãs

Ter um filho adolescente também significa manhãs complicadas. Desenganem-se os pais que estão desejosos que as suas crias cresçam e acordem com o seu despertador, escolham sozinhos a roupa que vão vestir todos os dias, façam a sua higiene diária sem assistência e tomem o pequeno almoço sem ajuda. Nós, os pais dos filhos que já são autónomos para fazer estas coisas todas sozinhos - enquanto, nós, em boa verdade se diga, temos tempo para nos arranjarmos sem grandes interrupções - também temos manhãs complicadas, ok? Por exemplo, temos que aguentar aquelas carinhas (lindas, é certo) ensonadas, sem grande vontade de nos dar o beijo da manhã - mas quem raio é que lhes disse que isso é coisa de crianças, quem? - e que respondem mal à primeira coisa que se diga. E isso, pessoas, pode ser muitoooo desgastante. De tal forma que hoje, em pleno caminho para a escola, me passei e lhe disse umas boas verdades!

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

As vantagens de uma nota menos boa

Nunca pensei em pensar isto - e muito menos em escrever - mas acabei de descobrir uma vantagem de o meu filho ter uma nota menos boa (para mim, menos boa, é sair dos 4 e 5 que estou habituada, numa escala de 0-5). Como já me conhece de gingeira e sabe que fico desapontada e que chamo a atenção para o facto de que deveria ter estudado mais, recebe-me em casa com um abraço apertado. Passa-lhe a arrogância toda! I-m-p-r-e-s-s-i-o-n-a-n-t-e!!